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Gerações Y e Z compõem 2/3 das compras de diamantes

O jovem da geração Y e Z são os maiores compradores de diamantes que temos hoje. Infelizmente a visão antiquada dos donos das joalherias, seja da indústria ou do varejo, custam caro ao setor. 

Com a pandemia, muitas lojas e indústrias do ramo joalheiro fecharam as portas. Porém podemos dizer que não foi somente a pandemia que determinou o fim dessas empresas. Podemos apontar no setor a falta de adaptação às mudanças que transformaram a moda e o comportamento do ser humano, principalmente do público mais jovem, afastando as novas gerações do produto joia. A demora na presença digital também é um ponto muito importante a se levantar. Ainda hoje temos uma presença muito tímida de lojas de joias no mundo digital e até mesmo informações sobre o mundo das joias. 

O consumidor está cada vez mais consciente e gosta de se informar antes de comprar. Desde a extração do ouro, das pedras, o transporte, a produção das peças, eles querem saber tudo antes de comprar. Ter informações sobre como foi realizada a extração do ouro, das pedras, se foram usadas práticas socioambientais, são uma das informações mais relevantes para os jovens dessa geração realizarem suas compras ou não. 

Um recente estudo do site de casamentos Brides revelou que os casais gastaram uma média de US$ 7.829 em anel de noivado em 2.018, um aumento de 56% em relação aos US$ 5.023 registrados em 2.017. Este dado, comparado à idade média do primeiro casamento nos EUA (29,8 para homens e 27,8 para as mulheres), coloca os millennials no centro dos problemas do segmento de joias.

\“As gerações Y e Z compõem 2/3 das compras de diamantes. Eles são o maior segmento e demonstraram forte interesse na categoria, mas os padrões impostos pelas mídias sociais e a maneira como gastam seu dinheiro mudou o mercado”, afirma Kathryn Money, vice-presidente de estratégia e merchandising da Brilliant Earth, ao Retail Dive.

Marty Hurwitz, co-fundador e CEO da MVI Marketing, garante que as tradições do segmento são as grandes responsáveis pela derrocada.

“É uma indústria dominada por homens que vendem produtos para mulheres, o que é uma grande desconexão. Além disso, é um mercado muito branco. Existem blocos de consumidores que o setor está evitando, sem sinais de mudanças”, admite.

Hurwitz explica que o segmento precisa examinar atentamente seus problemas e encontrar maneiras de solucioná-los. “O desafio para a indústria é aceitar que está atrasada e tomar as medidas necessárias para atender um público mais jovem e eticamente centrado. Agora, para o consumidor, parecemos o que somos: um bando de velhos brancos criando um produto e controlando-o”, enfatiza o empresário. 

Quando uma pessoa entra em uma joalheria, o contato com a joia é muito distante, gerando um certo mistério para com o produto. Sabemos da questão da segurança, porém devemos inovar esse conceito. “Quando você entra em uma joalheria, você não pode tocar em nada. Existe esse limite entre o cliente e o produto até que o vendedor reúna ambas as partes em uma sala normalmente intimidadora. Parece muito pesado e antiquado”, analisou Lee Senderov, presidente da Richline Digital.

Segundo Ben Smithee, CEO do Grupo Smithee, as empresas têm medo da transparência. “Estabelecer confiança é particularmente importante no varejo de diamantes, pois é uma compra com preços altos. Os consumidores querem se sentir bem informados sobre suas compras, mas os joalheiros estão preocupados com lucros”, garante Smithee. Ele continua: “há uma preocupação de que, se contarmos demais às pessoas, isso reduzirá o preço ou os consumidores perceberão que fizemos um trabalho terrível em resolver os problemas do mercado. No entanto, em um cenário no qual os clientes realmente se importam com a cadeia de custódia, isso é necessário.”

Se as joalherias não fornecem informações acessíveis, a única saída para o consumidor é a internet. Cerca de 87% dos compradores iniciam pesquisas sobre joias on-line, mas a inserção das marcas do segmento nas plataformas digitais ainda é bem tímida. “Apenas 10% das joias são compradas em e-commerces e, quando há um perfil no Instagram, em muitos casos, ele é gerido por um parente. O setor está muito atrasado”, diz Lee Senderov.

O Instagram, em particular, mudou a maneira como as joias são vendidas. “Os joalheiros do Instagram estão vendendo itens caros e você tem muitos influenciadores conquistando as consumidoras”, relata o presidente da Richline Digital ao Retail Dive.

De acordo com o CEO do Grupo Smithee, os varejistas desse setor precisam fazer um maior investimento nas plataformas digitais. “O mercado de noivas é formado, basicamente, por jovens que consomem mídias sociais. Os sobreviventes serão aqueles que se adaptarem a isso”, conclui.

O mundo não parou, e não para. E aí joalheiro, você vai mudar ou vai ficar para trás?!

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